Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: entardecer

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Entardecer...







Esta tarde amanheceu na ausência
continuada dos teus olhos,
como se os ramos e as flores
não pudessem coexistir...
Esta tarde as asas dos pássaros
moviam-se, mas eles continuavam
imóveis...
Esta tarde, as nuvens desfizeram-se
em cinzas...
Esta tarde, as lágrimas romperam
vermelhas e ensanguentadas...
Esta tarde, o vento cortava
as veredas da memória, 
como se fossem feitas de papel...
Esta tarde não havia esperança,
nem um lugar paralelo
onde me aninhar...
Esta tarde, o deserto era 
apenas um deserto,
pleno de um vazio
que me estrangula, 
como uma serpente
que se enrola na vítima
até ao sufoco...
Esta tarde, não existia tarde...


Barão de Campos

Alma de gelo










Mãos gretadas pelo frio,
expostas à luz incandescente
da memória aberta no peito
já gasto da vida...

Olhar firme de ferro,
comoção da inocência ultrajada...
Rasgos de sol à deriva,
gente morta de tanto morrer...

Cânticos desfeitos na areia húmida,
escassa e breve a melodia...
Vozes ondas clamando mar,
soluçando no seu navegar...

Granízo da alma em tapetes de lama,
artérias de fogo no vulcão do tempo,
cinzas de lágrimas e de lamento
na chama da vida e do vento...

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