Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: doce olhar

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Espelho...







Olha bem dentro dos meus olhos,
consegues ver a raíz das lágrimas,
aquele lugar onde o tempo me sequestrou...
Olha bem dentro dos meus olhos,
procura-me, encontra-me
se ainda for possível o resgate...

Olha bem dentro dos meus olhos,
navega nas minhas lágrimas,
navega como se procurásses
um porto de abrigo...
Navega como se a praia do pensamento
estivesse no horizonte...

Olha bem dentro dos meus olhos,
tenho a certeza que escutarás
o soluçar de uma criança
esquecida no tempo...

Olha bem dentro dos meus olhos,
olha através da janela do tempo,
escuta o múrmurio das lágrimas,
lentas e lancinantes...

Olha bem dentro dos meus olhos,
mesmo que não acredites,
esta imagem espelhada,
estes cabelos brancos,
esse olhar transmutado,
desesperado e triste
pertencem-te...


Barão de Campos

Cidade








Prostitutas deambulam na cidade
que ferve por entre os dentes das horas...
Desfilam numa passerele sem nome,
ensaiam gestos, movimentos...
Ondulam as ancas abertas,
exibem os seios hirtos...
Os lábios exalam um misto
de prazer e náusea...
As esquinas são abrigos armadilhados,
 gastos pela escravidão e pelo medo...
Ao longe, numa falsa timidez,
Maria, tem no olhar as primaveras
que não viveu...
Doce, quase humana,
olha a tarde em busca de um milagre...
Uma blusa transparente ondula,
a mini saia convida...
Maria, tem uma voz fraca,
doces e densos os olhos parecem húmidos...
O crepúsculo tomou conta da cidade,
as cores e as faces, são apenas silhuetas,
anónimas, sem alma...
O largo fica mais povoado,
sombras atravessando sombras...
Maria, acabou de negociar as entranhas...
Negou mais uma chance
de sentir-se amada...





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