Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: madrugada

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AMOR INFINITO







Arrasto-me pelos dias nocturnos numa cadência
alternada na inconsciência do para sempre
 ou na presença duma dor terrífica que destrói
mas não sangra...
Tudo em mim é morte,
como se fosse impossível não resistires
às minhas lágrimas e ao nosso  pranto...
AMO-TE NÃO ME DEIXES...
foram as minhas últimas palavras,
um grito que emudeceu o ventre da terra...
Quando ainda acreditei
tentei insuflar-te vida
na certeza da luta desigual...
Não me conseguiste olhar,
respirar e ficar mais um instante...
DULCINEIA
AMO-TE TUDO!
ESTÁS DENTRO DO MEU SER...
Desde aquela noite,
as minhas mãos secaram,
também elas partiram
rumo à inexistência eterna e cruel...


Carlos Barão de Campos
                

Mulher paisagem














Docemente, os teus olhos dançavam,

flutuavam no movimento do corpo,


como canoas brancas à deriva...




Quentes, os teus lábios devoravam


a ânsia crua e incandescente dos meus...


A tarde volvia sem apego nem tormenta,


entardecendo a nudez pálida do desejo...



Barão de Campos

Dançando na noite














Dançavas na noite uma dança sem movimento,

corrias na direcção da madrugada,

em busca de um lugar teu...

palavra após palavra, descobrias um sentido

para manteres os olhos abertos...

O rubor do teu rosto, transparecia surpresa,

como se todas as manhãs

fossem reconhecidamente virgens e virginais...

Melancólica, a palavra suspensa

caminhava para o seu destino último...

O fogo flutuava em formas múltiplas,

indiferente à paisagem do teu verdadeiro ser...

Noite dentro da noite,

a madrugada rompia o seu derradeiro véu,

pausavas a vida, como quem suspende a respiração...

Absurda, a manhã orvalhava,

enquanto as lágrimas espreitavam,

cintilantes na boca do teu olhar...

Madrugadas sem nome...












Podia apenas tratar-te por madrugada,

esquecer o teu verdadeiro nome,

deixar partir o sabor dos teus lábios,

perder o teu rosto, lentamente no horizonte...


Podia, apenas lembrar-me do teu anonimato,

dos teus olhos sem ontem nem amanhã,

dos gestos saturados e repetidos...


Podia, nesta crueldade faminta

de devorar as memórias,

inventar-te um nome, uma morada,

talvez uma vida...


Podia, consumir-me na imensidão dos sentidos,

fazer dos meus olhos o teu olhar,

dos meus lábios o teu beijar...


Podia tentar tudo num último momento,

inventar-te um coração e uma alma

para poderes amar...


Podia abraçar-te e acreditar que sentias,

podia gritar o teu nome na direcção da multidão,

podia procurar-te em todos os lugares,

podia lembrar-te numa última visão,

pensar-te apenas e soltar um som,

talvez um nome,

Madrugada...

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