Olhos desventrados nas colinas do medo,
lanços espezinhados pela tortura do tempo...
Dementes, os teus passos e pensamentos
difusos, confusos, ausentes, latentes...
Vultos que se movem nas esquinas,
sombras negras, rápidas e sólidas...
Desespero no olhar vazio das paisagens mortas...
Altares sem esperança, lugares estéreis,
gente gritando o último grito...
Ossadas esquecidas,
saltos altos, gravatas, poder, vaidade...
Longe, entre gemidos,
espasmos e sonhos,
a vida insiste, persiste, resiste
e perde...
Ciclo paradoxal,
consciências que se volatilizam
na eternidade...
Morte...
Barão de Campos