Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: lágrimas

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AMOR INFINITO







Arrasto-me pelos dias nocturnos numa cadência
alternada na inconsciência do para sempre
 ou na presença duma dor terrífica que destrói
mas não sangra...
Tudo em mim é morte,
como se fosse impossível não resistires
às minhas lágrimas e ao nosso  pranto...
AMO-TE NÃO ME DEIXES...
foram as minhas últimas palavras,
um grito que emudeceu o ventre da terra...
Quando ainda acreditei
tentei insuflar-te vida
na certeza da luta desigual...
Não me conseguiste olhar,
respirar e ficar mais um instante...
DULCINEIA
AMO-TE TUDO!
ESTÁS DENTRO DO MEU SER...
Desde aquela noite,
as minhas mãos secaram,
também elas partiram
rumo à inexistência eterna e cruel...


Carlos Barão de Campos
                

Promessas vadias









Últimas palavras, gestos, olhares,
traição da memória...
sedentos de ódio, rasgam o espaço,
perfuram lancinantemente a alma...
...sempre e nunca...
impossibilidades possíveis,
sofrimentos esquecidos...
eternas saudades que se esbatem
no passar dos dias...
ausência solidificada...
sombras partindo,
sons ofegantes,
distantes, quase inaudiveis...
memórias em agonia...
estranhos na estranheza
consolidada da negação...
Abraços gélidos,
lugares sem nome,
recordações assassinadas...
Promessas vadias,
derramadas pelas esquinas,
sonhos dedilhados
em acordãos falsos...
Palavras partidas,
gravadas nas lápides
quase brancas do silêncio...
Amor sangrando
no rasto de um poema
que desejou ser matéria,
forma e alma...
Frias e vazias
as mãos fecham-se,
os braços cruzam-se...
as lágrimas mortas e humilhadas
secaram a memória
dos corpos, num tempo
feito de gesso...



Barão de Campos


Agonia disforme






Inerte, incapaz de soletrar um desejo,
tombou a cabeça na ilusão fria,
inventando um sentido,
oferecendo mais uma chance...
Esforçado, o grito,
o apelo breve,
balanceando a noite
numa agonia disforme,
sem semblante...
Palavras silênciadas,
 na brevidade espessa,
dos silêncios doridos...
Moribundo na loucura
acesa de uma lágrima...
 derradeira...

Dançando na noite














Dançavas na noite uma dança sem movimento,

corrias na direcção da madrugada,

em busca de um lugar teu...

palavra após palavra, descobrias um sentido

para manteres os olhos abertos...

O rubor do teu rosto, transparecia surpresa,

como se todas as manhãs

fossem reconhecidamente virgens e virginais...

Melancólica, a palavra suspensa

caminhava para o seu destino último...

O fogo flutuava em formas múltiplas,

indiferente à paisagem do teu verdadeiro ser...

Noite dentro da noite,

a madrugada rompia o seu derradeiro véu,

pausavas a vida, como quem suspende a respiração...

Absurda, a manhã orvalhava,

enquanto as lágrimas espreitavam,

cintilantes na boca do teu olhar...

...Dentro dos teus olhos...










Quando te olho bem dentro do olhar, sinto-te no teu mais profundo chorar...



Olho-te e vislumbro as sombras do teu mundo tão próximo e distante...



Amanheces em mim as Primaveras que o Tempo deixou de pintar,



repousas dentro de mim a dimensão que os Sonhos inventam para calar o medo...



Sei que a manhã tem a luz que o vento pode apagar, como se a vida fosse a chama breve de uma vela...



Dentro dos teus olhos navego nas suas lágrimas, como um naufrago em busca da sua ilha...

Na Curva do Tempo!














As imagens, os sons, os lugares, tudo se volatiliza... Persiste a memória vaga e exasperante, próxima da inexistência...



As lágrimas esqueceram a nitídez da razão do seu chorar, chegam e partem, distantes e amorfas...



Neste amanhecer onde as palavras se esqueceram do sentido, o mêdo e a angústia pesada, calcinaram o sonho, como quem retira a última esperança a um moribundo...



Esta manhã quase nocturna encerra na sua densidade, o indizível que há dentro de nós, como se uma palavra pudesse evitar a implosão de todo o nosso ser...



Cada olhar acentua o vazio deste tempo que não sendo meu, ainda é a única evidência que me liga à terra...



Não sei se estes vestígios de mim, ainda suportam a prova da minha identidade, ou se a sua linha ténue que os suporta, não será apenas ilusória...



Talvez, cada palavra ou gesto se tenha tornado absolutamente inútil e absurdo, talvez, este acto de ensaiar a escrita como quem ainda procura a eternidade, não passe de um grito sem som, onde a minha alma se contorce...

Noite mortífera...






Cavalguei na noite as vestes do guerreiro perdido,



senti a lança da escuridão apertar-me o peito num golpe final...



Alheio à luz, percorri a escuridão na angústia perfumada de morte...






Nada nem ninguém me pode libertar,



a noite adensa-se dentro de mim,



toma conta de todo o meu Ser...






Incapaz de libertar uma lágrima,



a Noite comove-me a Alma de uma dança mortífera...

...Nas tuas lágrimas...









Quando choras, as tuas lágrimas atravessam a minha alma e desaguam nos meus olhos cansados e doridos... Os nossos corações abraçam-se no silêncio ensurdecedor que os consome...



Revejo em ti a criança que um dia teve o direito de sonhar todos os sonhos, recordo as côres do teu sorriso num rosto onde o verde pérola do teu olhar tinha a força de todas as eternidades...



Lembro-me de ti na loucura quente dos momentos em que te esperava e tu acontecias num milagre sempre renovado... A magia dos teus lábios doces no sabor inocente dos meus, a permanência sem tempo no calor que derretia todas as muralhas...



Lembro-me de te Amar assim, sem imaginar que o destino que há nas coisas, premeditava o modo e o tempo do sofrimento...

NO MEU OLHAR...









Queria olhar-me nos olhos e sentir a doçura quente e terna do teu rosto, mesmo sabendo que o posso ter inventado... Queria sentir a fome dos teus lábios aveludados e húmidos, mesmo que nunca tenham existido...



Queria ser o antes e o depois sem o durante, queria ser capaz de pintar a noite sem ofuscar as estrelas... Queria materializar a imagem de alguém que apenas desejo, dar-lhe forma e vida... Queria ser-me nem que fosse por um instante...

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