Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: partida

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...Amoras silvestres...





De mãos dadas, daquela forma que só nós conhecíamos, caminhávamos na loucura de um Amor que não havia igual na terra... tinhas uma blusa branca e uns calções cor de rosa, curtos que realçavam a tua beleza e a luz que irradiavas...tinhas umas sandálias castanhas de cabedal...como eram lindos os teus pés, como eram belos e frágeis os teus dedos...Os teus cabelos louros com alguns caracóis enrolados, eram a harmonia perfeita com os teus olhos verdes e o vermelho quente dos teus lábios que eram mais meus que teus...tinhas algumas sardas que realçavam a expressão doce do teu rosto...Os teus seios eram um lugar de desejo e aconchego...As tuas mãos eram lindas e frágeis e faziam parte das minhas, procuravam-se dia e noite até se encontrarem e partilharem aquela força que só o AMOR conhece...

Naqueles dias e noites percorríamos o nosso bosque, lembro-me do final da primavera e de procurar as Amoras mais belas e saborosas que colocava carinhosamente na tua boca...Havia sempre uma Amora mais especial e saborosa que a outra, tal como os nossos dias que eram sempre mais saborosos que os anteriores, tudo em nós era sempre mais e mais até ao impossível...
No percurso demorávamos horas, entre abraços e beijos que duravam sempre muito e muito era tão pouco...
Havia fetos ao longo de toda a floresta, eram macios e, quantas vezes esquecíamos o mundo e nos amávamos sem limites rolando numa cama feita de fetos...os pássaros cantavam, os insectos zumbiam e os nossos gemidos eram uma outra forma da natureza se manifestar na sintonia perfeita que entendo chamar de Felicidade...ficávamos de mãos dadas a olhar o céu e as copas das árvores....Se eu pudesse ter prolongado esse tempo sem tempo até hoje...sim, hoje, porque sei que faríamos o mesmo e sentiríamos as mesmas emoções...
Como era bonita a tua voz, como eu gostava de ouvi-la. Quando não estava junto de ti e me telefonavas de cinco em cinco minutos, como era linda a tua voz cristalina e doce...como eu te Amava, meu Deus!
Nessas noites de primavera ou de verão, entrávamos na escuridão da floresta e ficávamos a admirar o brilho das estrelas...Havia estrelas que eram só nossas, havia a minha e a tua...Nós éramos inseparáveis, em todos os lugares e momentos, nós éramos inconfundíveis...cada gesto, cada palavra, cada movimento, só poderiam ser nossos...
Às vezes penso em voltar aos mesmos lugares como se fosse ao teu encontro, por instantes, quase acredito que se pensar com muita força, se acreditar mesmo, talvez encontre um sinal de ti, alguma coisa que me faça ter a sensação da tua presença...
A madrugada há muito que já tomou conta de mim, mas eu não conseguia dormir sem te dizer, mesmo que não possas ouvir-me nem ler-me nunca, continuo a precisar de te dizer todos os dias o quanto eu te AMO...
As lágrimas rolam e esgotam-se na saudade que cada dia é mais difícil de suportar...
Sinto que me estás a olhar, mas não consegues, apesar do esforço de tanto querer, não me consegues tocar...
Não sei se vives apenas dentro de mim ou numa outra dimensão, mas sei que estás comigo sempre...


João Lobo
29 de Julho de 2019
(Pseudónimo)
@Todos os direitos reservados





No limite das lágrimas


Lembro-me quando ficavas embrulhada em mim
e dizias que te sentias pequenina...
por vezes, dizias que gostavas de habitar-me,
de forma a ficarmos juntos para sempre...

Abraçavas-me e beijavas-me
como se fosse o nosso ultimo momento...
Fixavas os teus olhos nos meus,
deixavas rolar algumas lágrimas,
sorrias e amavas
da mesma forma que vivias...

Conseguias tornar a vida sempre mais bela,
inventavas penas coloridas nos pardais do telhado,
sabias as horas pela sombra
desenhada na colcha...

Inventavas mil primaveras,
insistias nas despedidas,
mas nunca te despedias...

Acreditavas no amanhã
como uma criança
alimenta um sonho...

Ensinaste-me a Amar,
aprendendo a ler nos meus olhos
todo o meu Ser...



Carlos Barão de Campos


Adeus poesia...


















Sei que partiste p'ra longe
sem me avisar...
Deixáste a indiferença
em teu lugar...
Ficou a sombra de ti,
gravada nas paredes da alma...
Ficou a mágoa
desta dor habituada...
Ficou mais longe a distância,
perdida na manhã sem vida...
Sei que partiste p'ra longe
sem me avisar...
Ficou a esperança
a amanhecer o teu voltar...

Madrugadas sem nome...












Podia apenas tratar-te por madrugada,

esquecer o teu verdadeiro nome,

deixar partir o sabor dos teus lábios,

perder o teu rosto, lentamente no horizonte...


Podia, apenas lembrar-me do teu anonimato,

dos teus olhos sem ontem nem amanhã,

dos gestos saturados e repetidos...


Podia, nesta crueldade faminta

de devorar as memórias,

inventar-te um nome, uma morada,

talvez uma vida...


Podia, consumir-me na imensidão dos sentidos,

fazer dos meus olhos o teu olhar,

dos meus lábios o teu beijar...


Podia tentar tudo num último momento,

inventar-te um coração e uma alma

para poderes amar...


Podia abraçar-te e acreditar que sentias,

podia gritar o teu nome na direcção da multidão,

podia procurar-te em todos os lugares,

podia lembrar-te numa última visão,

pensar-te apenas e soltar um som,

talvez um nome,

Madrugada...

Cântico Final












Contemplo o Agora numa agonia confusa e continuada... Sinto e pressinto o silêncio do vazio galopando na minha direcção... Sei que as palavras e os apelos são vagos e imprecisos...



Olho-te dentro dos olhos e sinto-te no teu cansaço e dôr, adivinho na tua presença os sinais que não quero ver...



Não sei se o amanhã é amanhã ou depois de amanhã, mas sinto-o numa brevidade cortante...



Procuro nas estrelas o brilho de um sonho que nos permita sobreviver, como se um beijo e um abraço forte fossem a força que ainda nos resta...

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