Mãos gretadas pelo frio,
expostas à luz incandescente
da memória aberta no peito
já gasto da vida...
Olhar firme de ferro,
comoção da inocência ultrajada...
Rasgos de sol à deriva,
gente morta de tanto morrer...
Cânticos desfeitos na areia húmida,
escassa e breve a melodia...
Vozes ondas clamando mar,
soluçando no seu navegar...
Granízo da alma em tapetes de lama,
artérias de fogo no vulcão do tempo,
cinzas de lágrimas e de lamento
na chama da vida e do vento...