Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: Na tua indiferença...

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Na tua indiferença...








Morrer nas palavras
o som desesperado da mente,
procurar nos lugares mais desertos
a humidade seca dos teus lábios
intolerantes e anacrónicamente lascivos
na pretensão da indiferença,
imponentes, hirtos e esmagadoramente mortíferos
no acto de sorver a vida e o prazer que a inunda...

Lábios ondulantes na lúxuria estridente,
selando os contornos de um amanhã disforme,
quase inerte, ainda que bífido e venenoso...
Sinto a desventura lenta da saliva corrosiva,
sulcando hemorrágicamente a alma,
num beijo ferindo um desejo por cumprir...

Cerro os dentes, silencio a mente,
desligo o olhar, quebrando o encanto
num gesto de presa...

Procuro nas tuas mãos um sinal,
um movimento de cúmplicidade...
Alguma coisa que permaneça
na memória da memória sem nome...

2 comentários:

  1. Todo o poema que tão bem escreveu é a memória da memória a que não deu um nome...
    Que maravilha!
    Felicito-o de novo!

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  2. Antonio Augusto Florêncio Filho17 de fevereiro de 2011 às 10:53

    Se a lógica me devora a sensibilidade, então abandono-a ao seu próprio existir, e duvido
    que a inércia, já que ela não me permite o vazio, consiga sobreviver ao caos provável da minha existência por não compreendê-la !

    ResponderEliminar

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