Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA: Abraço o vazio...

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Abraço o vazio...







Soltam-se as palavras em desalinho,
abraço o vazio em palavras envoltas
em lágrimas suspensas que não navegam
neste rosto cansado de não adormecer...
Olho em redor e a tua ausência
é a presença que se impõe...
Afago o teu rosto, mais uma vez
neste silêncio que me atordoa e mata...
Lembro o som da tua voz,
o calor dos teus lábios
na ânsia dos meus...
Sinto-te como se esgotasse
o meu pranto, o meu grito,
e ao escutar-me,pudesses voltar, voltar...
É noite dentro de mim
e o teu luar escasseia,
quando as lágrimas tombam 
na penumbra dos sentidos...
Sou um lugar sem nome 
numa paisagem vazia e nua,
onde o olhar perdido na cegueira
de tanto procurar, chora,
chora no clamor da noite e do dia
esfomeado de ti, da tua luz...
Escrevo a música que o coração 
compõe no desespero das notas
que sendo breves, soam desafinadas...
A melodia do adeus que componho
é eterna...
A noite fria e sombria
aninha-se no meu coração mutilado,
como uma víbora aguardando
o momento do ataque fatal...
Sei o teu rosto, como não sei o meu,
mas preciso de ambos
para me olhar no espelho...
Lembro madrugadas sem nome,
lágrimas vincando o rosto
em agonia...
Lembro um brilho vítreo no olhar...
Não sei se escutaste e sentiste
a minha dor derradeira, enrolada
no sangue de uma despedida
sem nome....sem nada...
um apelo...




Carlos Barão de Campos


2 comentários:

  1. Adorei. Um poema para o qual não tenho adjectivo.
    "mexe" com as emoções...



    Lisa

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  2. Sinto que escreves em meio a um amor intenso e já ido. Sentimentos profundos e verdadeiros ou apenas poesias? Taca o coração!

    ResponderEliminar

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