Google+ SOMBRAS DA MEMÓRIA

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Algures...








Não sei se é tarde em mim ou se a madrugada insiste em romper o véu deste real que me separa e corroi...
Não sei se é tarde ou manhã ou se ainda me resta algum tempo mais...
Não sei a côr dos teus lábios nem se os consigo tingir com o cansaço dos meus...
Não sei se as lágrimas podem ser eternas, nem se a angústia morre nos meus gestos de não acontecer...
Desconheço o sabor das palavras, a forma de suavizar o abismo... Nada resiste ao ondular indistinto do pensamento...
Nenhuma palavra, gesto ou grito sobreviverá...

Amar-te em Silêncio...






Percorro o teu corpo no silêncio mais profundo, evitando acordar o tempo...



Arde em nós a lava dos vulcões primeiros, tal como o toque dos nossos lábios...



Sinto-te na manhã de todas as manhãs, única no amanhecer suave e rosa...



Amo-te sem precisar de articular uma palavra...

Noite mortífera...






Cavalguei na noite as vestes do guerreiro perdido,



senti a lança da escuridão apertar-me o peito num golpe final...



Alheio à luz, percorri a escuridão na angústia perfumada de morte...






Nada nem ninguém me pode libertar,



a noite adensa-se dentro de mim,



toma conta de todo o meu Ser...






Incapaz de libertar uma lágrima,



a Noite comove-me a Alma de uma dança mortífera...

Queria Olhar-te...






Queria olhar-te uma última vez, olhar-te na imensidão da tua autenticidade...

Queria olhar-te e ver a transparência dos teus desejos...

Queria saber-te nas palavras omitidas, nas expressões ocultas,

Queria navegar-te e sentir-te em mim paisagem,

Queria inventar um beijo com memória eterna,

Queria acreditar que a melodia da tua voz pode voltar a surgir no sopro breve do vento...

Queria pensar-te e acontecer-te num lugar onde o tempo e o espaço se abraçam na eternidade...

Queria ser algo mais, algo inesperado...

Queria ser a palavra não pronunciada, o gesto por cumprir...

Ser-me na Insconsciência consciente do Ser...

No último momento...









Não sei se é a saudade ou uma memória vaga,
sem contornos nem parâmetros definidos...
Não sei... Por instantes, fui sobressaltado por uma imagem grandiosa de um lugar impossível...
Vislumbrei a silhueta do teu corpo na contraluz pálida do anoitecer...
Não sei se eras tu ou a imagem que criei de tanto te imaginar na tela branca e negra...
Não sei se desejava pintar o teu corpo ou apenas esboçar a tua Alma...
Não sei... Senti sempre, que os teus contornos do corpo e da alma não se fixariam nunca...
Amadureci o branco da tela, coloquei-o numa parede e consegui criar a tua ausência...

Palavras sem Tempo...







Não sei a côr do caminho, nem sequer conheço o som dos nossos passos,


sinto que a memória deixou de o ser,


hoje, todas as emoções, lugares, sons,


não passam de uma invenção necessária...


Memórias sem Memória...



Uma Luz na Tarde Moribunda...





Sem vida, a tarde fria e negra, acumulava-se nas bermas dum tempo que não reconheço...



Inesperadamente, ondulante nos gestos, sensual e anónima, caminhavas lado a lado com a tarde disforme e lânguida no seu incansável verberar de agonia... A doçura do teu rosto quente e belo, emprestava à tarde mais alguns instantes de Vida...



Breve, a tua presença desfez-se no crescendo de escuridão que absorvia o devaneio da esperança, beleza e imaginário, numa síntese a que poder-se-ia apelidar de Vida...

...Não sei como te definir...






Ardente, o teu corpo contorcia-se de prazer,



na loucura que a linha do teu corpo desenhava...


Soltavas os cabelos e mordias os lábios



num gemido agudo e selvagem...


Acordavas nos movimentos



a côr vermelha do extase...


Dançavas uma dança sem nome



num corpo aberto ao imaginário...

Mulher Paisagem...










Queria deixar de imaginar os teus lábios de boneca pintada, vermelhos e quentes...



Queria que a tua imagem de mulher com meias pretas não me tolhesse a Alma...



Queria ser capaz de entender a vulgaridade da tua Paisagem de Mulher decorada com os enfeites do prazer sem retorno...



Queria saber o teu nome, mesmo que nunca te olhásse...



Queria acreditar na ilusão que provocas no orgasmo que seduzes...



Queria entrar dentro de ti para afugentar a Morte...

...Nas tuas lágrimas...









Quando choras, as tuas lágrimas atravessam a minha alma e desaguam nos meus olhos cansados e doridos... Os nossos corações abraçam-se no silêncio ensurdecedor que os consome...



Revejo em ti a criança que um dia teve o direito de sonhar todos os sonhos, recordo as côres do teu sorriso num rosto onde o verde pérola do teu olhar tinha a força de todas as eternidades...



Lembro-me de ti na loucura quente dos momentos em que te esperava e tu acontecias num milagre sempre renovado... A magia dos teus lábios doces no sabor inocente dos meus, a permanência sem tempo no calor que derretia todas as muralhas...



Lembro-me de te Amar assim, sem imaginar que o destino que há nas coisas, premeditava o modo e o tempo do sofrimento...

NO MEU OLHAR...









Queria olhar-me nos olhos e sentir a doçura quente e terna do teu rosto, mesmo sabendo que o posso ter inventado... Queria sentir a fome dos teus lábios aveludados e húmidos, mesmo que nunca tenham existido...



Queria ser o antes e o depois sem o durante, queria ser capaz de pintar a noite sem ofuscar as estrelas... Queria materializar a imagem de alguém que apenas desejo, dar-lhe forma e vida... Queria ser-me nem que fosse por um instante...

Memória...









Sinto que o tempo todo caiu hoje dentro de mim... como se o tempo que passou, tivesse conseguido passar-me ao lado... Por vezes, a mente parece explodir num sofrimento atroz, ao tentar lembrar acontecimentos, lugares e tempos onde "supostamente" vivi...

...Memórias perdidas, lugares infindáveis, crepúsculos e amanheceres... Não sei o que aconteceu... Sinto que algo me impede de recordar... Numa tortura sem nome, vou prosseguindo o meu caminho sem encontrar as minhas pegadas...






Não me Esqueças...









Quando te olhares no espelho da memória, olha com os olhos da alma e repara, repara na imagem daquelas crianças... continuam lá, naquele tempo onde as abandonámos, oiço-as a chorar num lamento sem tempo...

Lembro-me do tempo em que existimos fora do tempo... Lembro-me do nosso olhar sem sombras nem distância...

Naquele tempo, até o nosso sofrimento parecia ter saído de um livro de contos mágicos...
Hoje a ausência é eterna...

Escrevendo o Amor...









Escrevo o Amor no vestígio dos teus passos,



olho-te no espaço, enquanto a tua ausência ainda o é...



Amanhã não existirão marcas, odores ou sensações



presas entre dois tempos...






Amanhã o ontem será apenas memória,



a memória que fica quando tudo parte...



Amanhã, não serei capaz de decifrar o teu rosto,



ou amadurecer a tua expressão em mim...






Amanhã... Será um nada, pouco menos nada,



que o depois de amanhã...




...Paisagens Nuas...









Anónima e Amorfa, a tarde insiste em adormecer diante dos meus olhos cansados de não adormecer... Vai longe o tempo em que o Tempo e o Espaço se fundiram numa variável sem nome...

Neste lugar de um Tempo que não era o mesmo, aconteceram paisagens por preencher, espaços sem nome, onde o possível e o imaginário eram um só e estavam presentes em simultâneo...

Lembro-me das sensações e das fronteiras quebradas...
...Corre densa a memória esgotada, moribunda de si mesma, dançando na consciência dos seus últimos momentos...

Amanhece...








Amanhece no teu olhar
o mel que o torna tão doce...
Amanhece em ti a segunda natureza,
povoando uma Alma sem nome e sem esperança...
Lembras-me palavras soltas na tarde lenta do devaneio
inconsistente e perdido...
Lembras-me Paisagens mudas,
lugares proibidos.
Gestos sem nome...

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